[My guardian Angel] - 25. Belial
Abril 18, 2016
hannahrbc
***Quando acordei, tinha o café quente na mesa de cabeceira, enquanto me vestia bebi-o muito rapidamente. Jack estava com a Nicole e com um homem que não conhecia.
- Este é o Renald, vai nos ajudar a captar o Dave.
- Captar? – Eu estava confusa.
- Podes te rir a vontade, mas existe um feitiço. – Começou o Jack a explicar.
- Feitiço? Agora vocês são mágicos? – Eu estava admirada.
- Pay, é a nossa única solução. – Disse Nicole baixinho.
Acenei com a cabeça. Eles pediram que eu me coloca-se a meio da sala. Explicaram-me que iam tentar abrir um portal onde no final estaria eu como um isco. O objetivo era lançar-lhe um feitiço de forma o Dave não consegui-se escapar desta sala. Eu enchi-me de coragem e vi o Jack a olhar para mim e dizer que vai correr tudo bem. Fechei os olhos e ouvi os meus amigos a lerem o feitiço numa língua estranha. De repente, senti algo a tocar os meus ombros e quando abri os olhos era o Dave e nós não estávamos na sala da minha casa.
- Payson. – Disse ele suavemente. – Decidiste?
Olhei em redor, parecia uma cave. As paredes eram de cimento, tal como o chão. O medo percorreu-me o corpo e por momentos esqueci-me de respirar, fazendo o meu coração andar ainda mais rápido.
- Onde é que estámos? – Tentei proferir sem mostrar muito medo, mas na realidade a minha voz saiu fraca e meio rouca.
- Não tenhas medo de mim. – Ele tocou-me no queixo e obrigou a olhar nos olhos dele, estavam todos pretos. – Sou eu – Dave.
- Não, não és.
Ele sorriu e deixou o meu queixo. A mão dele desceu pelo meu pescoço ficando lá. Os dedos dele começaram a apertar e eu comecei a sentir a falta do ar. O meu corpo ficou paralisado e eu não sabia como reagir. Queria escarapa, gritar, bater nele, mas nada disto aconteceu, apenas limitei-me a deixar ser sufocada.
- Deixa-a Liak. – Ouvi uma voz vindo do outro lado.
A minha visão ficou turva e eu apenas via um vulto sem perceber bem quem é que estava a falar. De repente, senti o ar a entrar nos meus pulmões, a respiração queimava o meu peito e eu precisei de alguns minutos para voltar a respirar novamente.
- Payson, peço desculpa pelo Liak. Ou devo chama-lo Dave? – A voz do homem era torcista e meio louca.
- O que é que vocês querem de mim? – Perguntei eu olhando para lugar onde devia estar a falar a nova voz, mas nada vi.
- Tu sabes o que eu quero… - A voz mais parecia que suou dentro da minha cabeça e não pela divisão onde me encontrava.
Vi o Dave/Liak divertido a olhar para mim. Ele estava a limpar uma faca, a minha mente deixou de funcionar por momentos.
- Vais ver que não dói nada. – Sorriu Dave.
- O que é que querem de mim? – Voltei eu a perguntar.
- Eu já te disse. Eu dei-te opção. Ou era a bem… - Ele fez uma pausa. – Ou a mal. – Olhou para a faca.
- Não estou a perceber.
- Vês, Payson, bastava só dizeres que me amas e blá blá blá, e que me davas a tua alma para termos finalmente um final feliz. – As últmas duas palavras saíram com tanto ódeo que eu senti as lágrimas aparecer nos olhos. Eu não queria morrer… - Se não fosse o teu Jack perfeito seria tudo mais fácil. Eu pensava que tinha sido bom… - Fez um pausa e aproximou-se de mim. – Eu vi os teus desejos… eu sabia o que querias… Mas mesmo assim ele é melhor que eu? Nós tivemos uma hostória juntos. – De repente ele tinha ar de quem está muito preocupado comigo, mas esse ar foi substituído pelo ar maquiavélico.
- Tudo que me mostraste era mentira? – Eu senti que ía chorar.
- Tudo. Foste tão fácil de manipular. Bastou dizeres que te amei naqueles tempos que de repente ficaste rendida.
- Quem és tu? – Finalmente perguntei eu.
- Sou apenas um mensageiro. Um cumplice de algo maior. E ele está a chegar que eu sei que ele falou contigo.
Eu estava petrificada de medo, o meu corpo tremia, o meu coração já não podia acelerar mais. Eu sabia que estes eram os meus últimos minutos.
- Para que é que ele precisa da minha alma? – Questionei eu para não pensar em todas as possíveis mortes que posso sentir.
- Percebes… como eu hei de explicar… Tu és de uma linhagem pura. A tua alma nunca foi tocada por demónios ou anjos. E há poucos como tu, acredita que eu procurei.
- Porque é que precisam de uma alma pura? – Eu estava cada vez mais a achar que o meu coração vai parar e eu não vou sofrer mais.
- As almas são o nosso dinheiro. Quantas mais tivermos, maior é o nosso puder.
- Já chega Liak. Ela não precisa de saber isto tudo. – Disse novamente a voz que eu tinha ouvido antes.
- Belial. Finalmente. Estava a ver que tinha entreter esta princesa até o fim dos dias. – Dave riu-se.
- Já chega. Rapariga aproxima-te. – Eu estava sentada no chão, com isto tudo, eu não me apercebi que as minhas pernas ficaram dormentes e quando me lentei estas não queriam mover-se. – Bom trabalho, Liak. Agora podes desaparecer.
- Então e o nosso acordo? – Dave estava indignado. – Prometeste-me poder!
- Assim que eu absorver a alma dela, eu dar-te-hei o que prometi. – Respondeu Belial.
- Vais dar-me já! – Gritou Liak.
De repente o Belial estalou os dedos e eu vi pedaços de carne a voar pela divisão toda. Ele acabou de marar o Liak… Então o que ele era capaz de fazer comigo.
- Ele já me andava a irritar a algum tempo. – Olhei para a figura que estava a minha frente. Parecia um homem nos seus quarentas, com um fato preto. Calculei que aquilo que eu estava a ver era o corpo de um homem que o demónio estava a possuir. – Agora nós.
Os seus olhos pousaram em mim e eu engoli o seco, as lagrimas escorreram pela minha face. Eu não percebi o que aconteceu mas num segundo tudo mudou. A porta abriu-se e eu vi a Nicole com Jack. Eles estavam com mais 3 homens, encorpados e mais velhos. A Nicole tinha uma espada e esta tinha um brilho vermelho a volta. Por outro lado, o Jack e outros homens tinham espadas azuis. Eu vi-os a tentar lutar contra o Belial, mas lembrei-me que ele só com um estalo conseguia matar outro demónio. Um dos homens começou a dizer palavras numa língua que eu desconhecia e eles 5 juntaram as espadas. Uma luz brilhante surgiu no meio da junção e foi diretamente para o peito do Belial passando também por mim. Eu vi a luz a ficar cada vez mais brilhante até tudo ficar preto.***